sábado, 7 de março de 2009

Obama I

Nos primeiros tempos da atenção dispendida a Obama, ainda enquanto candidato para representante do Partido Democrata na luta pelas Presidenciais, a comparação entre o seu modus vivendis e a figura de Hillary Clinton eram pressupostos base em qualquer discussão. Sentia-se de um modo geral uma dificuldade colectiva, fomentada quem sabe por meios de comunicação-social, que derivou em incapacidade de analisar individualmente qualquer candidato fora da base das comparações já exaustivamente establecidas. Ora a inexperiência, juventude e mesmo o maldoso adjectivo: ingénuidade colaram em Obama vindos da parte dos seus adversários e mesmo dentro do próprio Partido Democrata, por outro lado Hillary era acusada de demasiado apegada a antigas Administrações e não suficientemente capaz para 'Make a Chance'. E foi infelizmente nessa espartilhação de ideias e pessoas em conceitos redutores que, na minha opinião,decorreu de um modo geral toda a eleição para o representante do Partido Democrata nas Presidenciais de 2008 nos EUA.
Agora com o Presidente eleito, com quase 2 meses de nova Administração e um clima político de, e digamos sem receio, esperança dentro dos EUA e também nas suas relações externas já devemos poder,isto se não nos pesar ainda a tacanhanez de análise demonstrada e provada anteriormente, analisar rigorosamente e mais livremente Obama- numa palavra: Olhar para Obama simultaneamente considerando sem histéria política que dominou de forma preocupante e perigosa um dos povos mais a-políticos do mundo e deixando também de lado qualquer cepticismo mais nocivo.
Posto isto tudo, já sabendo como pensar quem é Obama, tento descobrir quem é Obama

sábado, 21 de junho de 2008

Enquanto em canais como a CNN e até a portuguesa SIC Notícias conseguimos assistir a debates que são, por si, inteligentes e estimulantes (e isto, atenção, em pleno noticiário das 20:00!), canais de sinal aberto se queremos debates olhamos, procuramos, e vemos um vazio gritante apenas preenchido, e mal, pelo prós-e-contras.
Entre alguma intelectualidade o debate do prós-e-contras é citado, debatido e estripado até à saciedade, tema corrente nas conversas nos princípios de manhãs de terças. Tudo isto torna só por si a realidade ainda mais chocante: Não chega o programa ser longo, por vezes entrar no campo do monótono, ter ainda convidados apresentados como estrelas de rock (não esqueço a rídicula reverencia com que o Daniel Sampaio foi recebido uma vez) e, acima de tudo, a superficialidade com que alguns temas são tratados.
2f, 16 Junho 2008 Euro 2008: Coesão ou Alienação? Não esperava muito deste tema e não me desiludi. Achei particular piada aos sociólogos presentes, pareceram todos especialmente dedicados em desmantelar a personalidade do português típico, cola-la à imagem do estereótipo do gajo do anúncio da Sagres Zero. Faz muito com que me preveni contra teorias miraculosas de sociólogos abrigando-me nas palavras sempre certas de Vasco Pulido Valente: «Sociólogo: mistura de socialista com astrólogo».

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Teoria da Catástrofe

Parece-me um exercício básico de higiéne intelectual não ter em consideração as opiniões gerais dos teóricos da catástrofe, sejam desde o ecologismo-apocalíptico, até à loucura nuclear passando pelo lugar-comum que os EUA ocupam nos dias de hoje, a verdade é que nunca me pareceu sinónimo de honestidade intelectual arvorar bandeiras baseando-se num catástrofismo eminente. Não tanto pelo conteúdo profundamente maníqueista da sua cartilha mas antes pelo facto de a própria definição de catástrofe envolver um corte radical e irrevógavel com toda a realidade que conhecemos, por conseguinte movimentos daí derivados não têm mais conteúdo que utopias futuristas que não têm lugar no espaço da política verdadeira, são literalmente fracturantes.
Tolero até a sua existência, não tanto por apetência pessoal mais por conformação social e democráctica, mas como muitos sociólogos vêm dizendo estas serão o advento das formas de practicar política no século XXI. Os Partidos, sempre inflexíveis na sua forma e posição, estão em detrimento paralelamente aos movimentos cívico-sociais que vêm a ocupar lugar na praça pública, clamando temas tão fracturantes, e por sinal tão fúteis, abundando como cogumelos e escolhendo as suas bandeiras numa prespectiva quantitativa de décibeis: Quanto mais barulho mais política feita.
EM termos de relevância histórica estes mesmos movimentos, que segundo os títulos «Fazem tremer o Governo», são insignificantes. ONde não foi já utilizada a mesma fúria contestátaria? o mesmo informalismo? os mesmos slogans? São numerosos os exemplos e todos eles esclarecedores, apontando especialmente para 1789. A única particulariedade que estes movimentos vêm a adquirir nos dias de hoje será o seu carácter temporal e sazonal, o « homem-massa» dos dias de hoje julga-se tão detentor dos seus direitos e sente tão intensamente a sua pessoa como reduto dos Direitos Fundamentais que arroga-se ao direito de em tudo participar impulsivamente e egoisticamente, sem pretensões de construção virada para o futuro e apenas uma satisfação ins´lubre do presente.
Em suma, a adopção deste tipo específico de contestação leva invariavelmente à falência da forma tradicional de organização e acção dos Partidos bem como as próprias formas tradicionais de se fazer política. Que futuro?

BEER

I don't know how many bottles of beer
I have consumed while waiting for things
to get better
I dont know how much wine and whisky
and beer
mostly beer
I have consumed after
splits with women-
waiting for the phone to ring
waiting for the sound of footsteps,
and the phone to ring
waiting for the sounds of footsteps,
and the phone never rings
until much later
and the footsteps never arrive
until much later
when my stomach is coming up
out of my mouth
they arrive as fresh as spring flowers:
"what the hell have you done to yourself?
it will be 3 days before you can fuck me!"

the female is durable
she lives seven and one half years longer
than the male, and she drinks very little beer
because she knows its bad for the figure.

while we are going mad
they are out
dancing and laughing
with horney cowboys.

well, there's beer
sacks and sacks of empty beer bottles
and when you pick one up
the bottle fall through the wet bottom
of the paper sack
rolling
clanking
spilling gray wet ash
and stale beer,
or the sacks fall over at 4 a.m.
in the morning
making the only sound in your life.

beer
rivers and seas of beer
the radio singing love songs
as the phone remains silent
and the walls stand
straight up and down
and beer is all there is

Charles Bukowski from: Love is a Mad Dog From Hell

sábado, 14 de junho de 2008






« O mando não é tanto uma questão de punhos quanto de nádegas bem assentes, revelando equilíbrio e estática»

Ortega Y Gasset, A Rebelião das Massas